CHAPTER 43: CAPÍTULO 42
— Diego estava em todas — Pablo apontou para mim.
— E você não né, seu filho da puta — dei o dedo médio.
— Eu sou um anjo, não frequento esses lugares — pôs a mão em baixo do queixo e sorriu após curvar
a cabeça.
Olhei ao redor do quiosque que não estava tão cheio como de costume, meus olhos pararam no outro Original content from .
lado do mesmo e eu não acreditava no que eu estava vendo.
Era Manuela? Era ela com seu pai?
Fiquei minutos com os olhos parados nos dois, não cansava de me perguntar o que ela estava
fazendo com seu pai e me recusava a pensar que mesmo depois de tudo, ela ainda se prestaria ao
papel de pedir qualquer tipo de ajuda a ele. Meia hora depois os dois se levantaram e eu virei o rosto
para o outro lado com o intuito de não me verem.
— Terra para Diego — Helena estalou os dedos na minha frente fazendo eu voltar a realidade.
— Estava olhando pra onde gay? — Pablo olhou rápido ao redor do quiosque — Quem é a gatinha?
— Idiota — ri — Não é ninguém — disfarcei.
Tentei não pensar em Manuela e não pensar nas possibilidades de coisas que ela poderia ter feito no
encontro com seu pai enquanto estava com o pessoal. Eu tinha vindo para me distrair mas parecia
que isso era impossível ultimamente.
Quando deu umas oito da noite resolvi ir embora, amanhã tinha reunião cedo e pra variar hoje ainda
era uma segunda-feira. Me despedi de todos com um beijo no rosto e meti o pé, meu tempo já tinha
dado.
Fui devagar pela pista, observando a orla e o mar enquanto dirigia e pensando em milhares de coisas.
Cheguei em casa minutos depois, coloquei o carro em uma vaga qualquer no subsolo do prédio e
entrei no elevador apertando o número do meu andar.
Tirei as chaves do bolso da bermuda logo abrindo a porta, Manuela estava sentada de pijama no sofá
assistindo televisão e me olhou rápido quando percebeu minha presença. Joguei as chaves no balcão
junto com a carteira e celular, tomei um copo d'água e o lavei.
— E aí, foi legal o encontro com o papai hoje? — encosta no balcão dei um sorriso debochado
enquanto mexia no celular.
— Você estava me seguindo? — me olhou com uma sobrancelha arqueada.
— Diz como se eu me importasse muito com você e fosse perder meu tempo te seguindo — a olhei.
— Se você veio tentar me tirar do sério, lamento — piscou — estou em uma paz inabalável —
suspirou.
— Pelo menos assim você não coloca a vida do meu filho em risco — forcei um sorriso.
— Qual é a sua, Diego? — se levantou — Está com raiva de mim por que não consegue escutar a
verdade?
— A verdade? — gargalhei — A sua verdade, né, Manuela? — apontei para a mesma.
— É a verdade, Diego — se aproximou — Você só vê o seu lado, não vê o meu, você não me
entende, não entende que eu tenho que viver isso sozinha — disse alterada — Eu e meu filho.
— Eu entendi tanto o seu lado que eu te apoiei quando você estava sozinha. Eu te acolhi, Manuela,
acolhi você por que esperava um filho meu e acolhi você porque não poderia deixa-lá sozinha nesse
caos, não sabendo que também tinha uma parcela de culpa nisso — disse eufórico e ela se assustou.
— É por isso que não dá pra vivermos juntos, mesmo que seja só pelo bebê — balançou a cabeça
negativamente — Eu encontrei meu pai hoje sim, Diego. E foi pra assinar o contrato da casa. Eu sei
que o filho não é só meu, que meu pensamento pode estar sendo egoísta mas vai ser só eu e ele,
nada a mais que isso.
— É...— desviei o olhar e ri fraco — só não esquece que essa decisão é melhor só pra você e não pra
ele.
Fui para meu quarto antes que a mesma falasse algo e tranquei a porta, não acreditava no que eu
tinha visto e no que eu tinha acabado de escutar. Manuela só pensava em si próprio e pra ser sincero,
isso não me surpreendia.
Tomei uma ducha demorada, sai do banho com uma toalha enrolada na cintura e escovei meus dentes
antes de deixar o banheiro. Vesti apenas uma cueca preta da Calvin Klein, me joguei na cama e
adormeci em segundos.