CHAPTER 19: CAPÍTULO 18
Me limpei na água já que tinha areia grudado pelo meu corpo e isso me dava nervoso. Os meninos
estavam jogando altinha e mesmo querendo socar eles até a morte eu joguei com os mesmos. Na
verdade obriguei a eles deixarem eu jogar porque dito pelos mesmos eu era ruim demais.
— Cancela a Manuela, sem condições — correu pra pegar a bola.
— É, loirinha.. você é muito ruim — Victor fez cara de nojo.
— Isso é inveja da minha habilidade maravilhosa de jogadora de futebol — mandei um beijo no ar —
Melhor que Neymar, amores.
— Se forçar mais caga — Diego jogou a bola para Gabriel.
— Cala a boca — bufei.
Victor na mesma hora olhou pra mim com um olhar sapeca e eu discretamente fiz sinal pra que ele
ficasse de bico fechado. Diego não entendeu nada mas eu tinha percebido que ele tinha visto.
Passamos a manhã toda e o início da tarde na ilha jogando bola, brincando de pique e várias outras
coisas.
Parecíamos crianças.
— Eu tenho certeza que essa casa é assombrada — alex disse enquanto comia o biscoito.
— Valeu, caçador de fantasmas — peguei o saco de biscoito da mão de Diego que riu após falar.
— Vocês não me levam a sério — bufou.
— Claro que ninguém te leva sério, você só fala merda — deu um soco leve no braço de Diego e o
mesmo riu.
Antes de irmos embora ficamos sentados na areia recuperando as energias que nos restavam já que
gastamos sem pensar na trilha que nos esperava.
— Eu particulamente prefiro a morte — victor reclamou.
— Mal começou a trilha, deixa de ser sedentário — beberiquei minha água.
— Pois vai pra merda, Dora aventureira radioativa — rolei os olhos.
— Eu pensei que esse apelido era meu — Diego parou no meio do caminho e colocou as mãos na
cintura.
— Todo seu, querido — passei pelo mesmo.
— Você é de chernobyl — alex piscou ao passar por ele também.
Dizem que pra descer todo santo ajuda e era verdade, a volta foi muito mais tranquila por ser mais
descida do que subida.
Agradeci mentalmente por isso.
— A gente nunca mais vai escutar ideia de Diego — Gabriel resmungou.
— Ele é total sem noção — Victor rolou os olhos.
— Nem as ideias de Alex foram tão ruins quanto a de Diego — disse descendo com cuidado a ladeira.
Qualquer falta de atenção eu iria sair rolando.
— Até que enfim alguém me deu razão — balançou a cabeça para um lado e para o outro girando o
olhos em órbitas.
Uma hora depois nós chegamos no hotel e decidi que nunca mais iria fazer trilha na minha vida, nem
me pagando. Almoçamos e depois disso cada um foi para seus respectivos quartos. Os meninos
marcaram de beber na praia a noite já que não tinha muito coisa pra fazer, o carnaval tinha acabado e
tudo praticamente já estava em programação normal.
Ou seja, não tinha nenhuma baguncinha para nós.
Tomei uma ducha demorada, lavei meu cabelo e aproveitei pra fazer uma hidratação no mesmo.
Fiquei meia hora de baixo do chuveiro, sai com uma toalha no corpo e uma secando o cabelo.
O bom de hotéis é que as toalhas são trocada então sempre estão com um cheiro ótimo.
Eram cinco da tarde, coloquei um short jeans clarinho e um sutiã de renda preta, como os meninos
tinham marcado oito horas decidi deitar um pouco.
Trilha mais pós almoço são duas coisas que não combinam.
Eu estava exausta e bêbada de sono.
...
Acordei quinze para as oito, sem pressa nenhuma me levantei e espreguicei-me. Fui até o banheiro
lentamente, lavei meu rosto com água fria para despertar e logo em seguida o secando com a toalha
em leves batidas.
Peguei minha nécessaire, tirei minha base de dentro e a passei, fiz um delineado e passei um rímel.
Procurei uma blusa de manga e só tinha levado uma que era preta apertadinha decotada. Vesti a
mesma e prendi meu cabelo num rabo de cavalo.
Sentei na beirada da cama e fiquei mexendo no telefone conversando com o povo da escola que
estava me contando como foi o carnaval no Rio e falei do meu também.
Tirando a parte do beijo com Diego, claro.
Isso nem se passava mais na minha mente com tanta frequência e eu dava graças a Deus.
Queria apagar da mente.
Quando deu oito e meia eu saí do quarto com a canga pendurada no ombro, eu que não iria sentar
limpinha na areia. Tranquei a porta e coloquei a chave no bolso, chamei o elevador e adentrei
cumprimentando as pessoas que estavam no mesmo com um sorriso.
Muitas pessoas estavam indo embora hoje mas também tinham muitas chegando, a recepção estava
um pouco cheia. Os meninos estavam um pouco distante do hotel, não muito, ainda pegava um pouco
da iluminação que o mesmo proporcionava a praia.
— Acabei de achar o dragão de Jorge — Alex cantarolou e o dei o dedo médio — Agressiva.
Cumprimentei todos e fiz um sinal discretamente com a cabeça para que Victor chegasse para o lado
mas o mesmo se fez de maluco e me fez sentar ao lado de Diego.
Eu queria matar esse branco azedo.
O olhei com um olhar mortal e ele deu um sorriso debochado, me enganei quando achei que Victor
não poderia ser tão pilantra assim. Peguei uma cerveja na caixa térmica e abri a mesma. Ficamos
jogando conversa fora, o clima ali estava muito bom. Original content from .
— Só de pensar que falta pouquíssimo pra isso acabar e vamos voltar a tortura do trabalho, me dá
vontade de chorar — Gabriel bebericou sua cerveja.
— Uma semana foi pouco — alex afundou a garrafa na areia e a girou.
— Mais uma semana com vocês eu acho que iria surtar — me deram o dedo médio e eu mandei um
beijo no ar.
Lá para as onde horas a cerveja acabou, eles foram buscar mais e mesmo Victor sabendo de toda a
situação ele teve a capacidade de me deixar sozinha com Diego.
Nem preciso de inimigo quando se tem ele.
Tinha esfriado, eu estava morrendo de frio e chegava a bater os queixos.
— Toma — Diego tirou seu casaco e me entregou.
Até iria recusar mas eu estava com tanto frio que o peguei sem pensar duas vezes.
— Obrigada — sorri fraco.
Parecia que Diego tinha colocado o vidro todo do perfume no casaco, assim que coloquei senti o
cheiro forte do mesmo. Passou um flash rápido do nosso beijo no Luau mas não deixei que esses
pensamentos me deixassem levar, então foquei em outras coisas.
Ficamos em silêncio até Alex, Gabriel e Victor chegarem, que não demorou muito.
— Que bom que não se mataram — Gabriel colocou a caixa térmica no chão.
— Vai se ferrar — ri.
Nós ficamos na praia até de madrugada, brincamos de mímica, jogamos eu nunca e até de detetive,
vítima e ladrão nos brincamos. Eu e Diego nos olhamos algumas vezes, era uma coisa rápida e em
uma dessas olhadas eu até perguntei se ele queria o casaco de volta e ele negou.
Dei graças a Deus, ainda estava morrendo de frio.
Os meninos já estavam pra lá de bêbados e entraram no mar só de cueca gritando.
Pareciam três loucos.
Me virei pra olhar pra trás e fiquei de cara com Diego, novamente nós estávamos com o rosto bem
próximo.
Karma?
Seus olhos estavam fixados nos meus lábios e os meus nos dele. Sentia sua respiração quente sobre
meu rosto mas após cair em mim me afastei, Gabriel podia a qualquer momento olhar em minha
direção e me ver ali com Diego.
Cocei a garganta e encarei o chão por um tempo. Os garotos voltaram rindo e eu só conseguia pensar
como eles não estavam sentindo frio.
Eu já teria morrido de hipotermia.
Me levantei e me despedi de todos, já era tarde e estava ficando cada vez mais frio