Cena 1: Uma vida de devassidão

O crepúsculo banhava a cidade de Vanthel em um tom dourado, as sombras dos prédios se estendiam pelas ruas enquanto a noite começava a tomar conta. Nos arredores da cidade, em um distrito conhecido por sua decadência e indulgência, ficava a taverna Bastion's End. Suas janelas embaçadas e paredes gastas guardavam os segredos e pecados de uma geração.

Lá dentro, o som de risadas, o tilintar de copos e o ranger de madeira sob passos pesados ecoavam por toda a sala. Eamon Volcrist estava no centro da ação, como sempre. Ele estava reclinado em uma grande cadeira de couro gasta, uma taça de vinho em uma mão e o outro braço em volta da cintura de uma jovem de cabelos dourados, cuja risada melódica cortava o ar pesado de álcool e fumaça.

Eamon : ( com um sorriso maroto, observando a mulher ao seu lado) "Sabe, minha querida, ouvi dizer que o vinho aqui é tão doce quanto o beijo de uma deusa. Mas, francamente, acho que a comparação é injusta com o vinho."

A mulher riu alto, jogando a cabeça para trás enquanto se aninhava mais perto de Eamon.

Mulher : " Oh, Eamon, você sempre sabe o que dizer para me fazer rir. Outra taça, talvez? Ou você prefere outro tipo de diversão?"

Eamon : (piscando para ela, despreocupado) "Traga o vinho e, quanto ao resto, deixe a noite decidir. Afinal, quem sou eu para apressar os prazeres da vida?"

Do outro lado da mesa, Roderick, um dos amigos mais próximos de Eamon, observava a cena com uma mistura de inveja e diversão. Ele se inclinou para frente, seus olhos afiados brilhando sob a luz fraca das velas.

Roderick : ( provocando) "Eamon, você vai beber todo o vinho de Bastion antes da meia-noite. Deixe algo para os pobres coitados que ainda precisam afogar suas mágoas."

Eamon : ( rindo e levantando sua taça) "Ah, Roderick, o vinho é a única coisa que vale a pena compartilhar. Quanto às mágoas... essas, prefiro afogar em outros prazeres."

Aproximando-se com uma garrafa nova, Greta, a dona de Bastion's End, colocou-a sobre a mesa, olhando para Eamon com uma expressão que misturava afeição e reprovação.

Greta : ( cruzando os braços) "Eamon Volcrist, você está aqui quase todas as noites. Um dia, esse luxo e diversão vão cobrar seu preço, sabia?"

Eamon : ( com um sorriso travesso, servindo-se de mais vinho) "Ah, Greta, quem consegue pensar em custos quando se vive como um rei? Ou quase isso, certo?"

Greta : ( balançando a cabeça) "O que você fará quando seu dinheiro acabar, ou quando sua sorte mudar? Alguns dizem que o tempo dos Volcrists está chegando ao fim."

Eamon : (com um olhar desafiador) "Deixe os tempos ruins virem, Greta. Até lá, viverei cada noite como se fosse a última. E se for... bem, terei morrido com um sorriso no rosto."

Mulher : ( acariciando o peito de Eamon) "Você sempre fala sobre essas coisas, Eamon. Por que não pensa em algo mais do que vinho e diversão? Você poderia ter tudo o que quisesse."

Eamon : ( tomando um grande gole de vinho, pensativo por um momento) "O que eu quero? Eu já tive tudo o que importa, meu doce. O que resta senão aproveitar o que o destino joga em nosso colo? A vida é curta, e eu aprendi da maneira mais difícil que o amanhã pode nunca chegar."

Roderick : ( com uma expressão mais séria) "Isso é por causa da sua mãe, não é? Desde que ela faleceu, você mudou, Eamon."

O ar pareceu ficar mais pesado com a menção de Lady Elara, a mãe de Eamon. Ele estreitou os olhos, encarando a superfície carmesim de seu vinho, sua mente perdida em memórias amargas.

Eamon : ( com uma voz mais baixa) "Ela era a única pessoa que realmente se importava comigo. Com ela, eu era alguém... Agora, sou apenas um fantasma, vivendo um sonho que não é meu. Quando ela foi embora, tudo perdeu o sentido. Então sim, Roderick, talvez eu tenha mudado. E se alguém tiver um problema com isso, pode tentar mudar meu caminho."

Roderick : (dando de ombros, mudando o tom) "Eu não te culpo, Eamon. Eu só não quero te ver destruído por esta vida. Mas quem sou eu para falar? Afinal, estamos todos aqui para esquecer."

Greta : ( batendo levemente no ombro de Eamon) "Eu só espero que você não se perca completamente, meu garoto. Há mais em você do que vinho e mulheres; você só precisa descobrir o que é."

Eamon : ( levanta sua taça em direção a Greta, com um sorriso desafiador) "Então brinde comigo, Greta. Um brinde a quem fomos, quem somos e quem poderíamos ter sido."

Os clientes levantaram suas taças e brindaram alto. A música tocou mais alto, e Eamon logo se perdeu novamente na euforia da festa, afastando as sombras de seu passado, pelo menos por mais uma noite.

Cena 2: O Veneno da Ambição

Localização: O castelo de Volcrist, nos aposentos privados de Cedric Volcrist.

Personagens principais:

Cedric Volcrist : O irmão mais novo de Corvinus, ambicioso e implacável, determinado a usurpar o trono.

Lady Seraphina : Esposa de Cedric, uma mulher astuta e manipuladora que compartilha as ambições de seu marido e o empurra em direção a seus objetivos.

Lord Halewyn : Um nobre leal a Cedric, cúmplice de seus esquemas e movido pela promessa de poder e influência.

Corvinus Volcrist: O príncipe herdeiro e o irmão de Cedric, cuja saúde está se deteriorando devido ao envenenamento, sem saber da traição.

Cena 2: O Veneno da Ambição

A luz da tocha tremeluzia ao longo das paredes de pedra dos aposentos de Cedric Volcrist, lançando longas sombras que pareciam conspirar com os ocupantes da sala. A noite lá fora estava parada, quebrada apenas pelo sussurro ocasional do vento. Cedric estava diante de uma mesa de carvalho resistente, seus olhos fixos em um pequeno frasco de vidro contendo um líquido escuro, refletindo as chamas como um vislumbre do abismo.

Cedric : ( falando sério, quase para si mesmo) "Este pequeno frasco contém mais poder do que qualquer espada ou exército. Em breve, ele me dará o que é meu por direito."

Lady Seraphina estava sentada perto, observando seu marido com um olhar que misturava admiração e cautela. Ela ajustou os anéis em seus dedos antes de falar, sua voz baixa e persuasiva.

Lady Seraphina : " Tem certeza de que isso é necessário, Cedric? Corvinus está doente... talvez o tempo faça o trabalho por nós. Dessa forma, você não teria que sujar suas mãos."

Cedric : (virando-se para ela com um sorriso frio) "O tempo pode ser um aliado, Seraphina, mas é um aliado inconstante. Mal posso esperar por sua misericórdia. Meu irmão é forte, e ele pode aguentar mais tempo do que podemos pagar. Preciso garantir o trono agora, antes que alguém comece a duvidar de nossa capacidade."

Lady Seraphina : ( levantando-se lentamente e caminhando até Cedric, colocando uma mão suave em seu ombro) "Você sempre foi o mais forte, o mais inteligente. O trono deveria ter sido seu desde o início. Eu só... temo o que acontece se algo der errado."

Cedric riu, um som baixo e sem humor, enquanto pegava o frasco e o segurava contra a luz.

Cedric : "Nada dará errado. Este veneno é sutil, indetectável. Corvinus parecerá mais fraco a cada dia, até que seu corpo finalmente ceda. E quando ele morrer, estarei lá, pronto para assumir o trono como o irmão leal."

Nesse momento, a porta se abriu com um rangido, e Lorde Halewyn entrou, sua capa escura arrastando no chão de pedra. Ele se aproximou com uma leve reverência, mostrando respeito, mas não sem familiaridade.

Lorde Halewyn : (curvando-se levemente) "Meu senhor, tudo está no lugar. Nossos homens nas cozinhas garantirão que a dose seja administrada conforme as instruções. Corvinus não suspeitará de nada."

Cedric : ( colocando o frasco de volta na mesa, satisfação em seus olhos) "Excelente, Halewyn. Com isso, o reino de Volcrist testemunhará o amanhecer de uma nova era, sob meu governo. E você, meu amigo, terá sua recompensa."

Lorde Halewyn : ( sorrindo) "Estou honrado em servir, meu senhor.Eu sei que sob seu comando, Volcrist prosperará como nunca antes."

Lady Seraphina: ( apertando a mão de Cedric) "Então, estamos todos de acordo. Este é o nosso caminho, e não há como voltar atrás. Que todos os obstáculos sejam removidos."

Cedric : ( pegando o frasco e dando uma última olhada antes de entregá-lo a Halewyn) "Faça o que deve ser feito. Ao nascer do sol, Volcrist estará um passo mais perto de seu destino."

Halewyn curvou-se mais profundamente e saiu, o frasco escondido dentro de sua capa. Cedric virou-se para Seraphina, seu olhar firme, mas um lampejo de dúvida cruzando seus olhos.

Cedric : " Estamos prontos para isso, Seraphina. Quando tudo acabar, Volcrist será nosso, e nada ficará em nosso caminho."

Lady Seraphina: ( sorrindo com um olhar penetrante em seus olhos) "Estamos prontos, meu amor. Que o destino favoreça os ousados."

Eles se abraçaram, seus corações batendo em sincronia com a mesma ambição sombria. Enquanto as tochas lançavam suas sombras traiçoeiras nas paredes, a primeira peça do jogo mortal de Volcrist foi colocada em movimento.

Cena 3: Último suspiro de Corvinus

O grande salão do Castelo de Volcrist zumbia com risos, conversas e o tilintar de taças. Lustres de prata banhavam a sala com luz quente, refletindo a opulência do banquete oferecido em homenagem a Corvinus Volcrist , o príncipe herdeiro. Mesas longas estavam carregadas de carnes suculentas, frutas exóticas e pão fresco, servido em pratos de ouro e prata. Taças transbordavam com rico vinho tinto, e as melodias suaves de alaúdes e flautas enchiam o ar, criando uma atmosfera festiva.

Sentado à cabeceira da mesa, Corvinus tentou manter um sorriso fraco, mas não havia como esconder a palidez de sua pele ou o brilho de suor em sua testa. Ele agarrou uma taça de vinho, mas cada gole parecia engolir cacos de vidro — o veneno estava cobrando seu preço.

Cedric Volcrist , seu irmão mais novo, sentou-se ao lado dele, sua expressão era uma mistura de preocupação e satisfação silenciosa. Ele levantou sua taça, sua voz ecoando pela multidão.

Cedric: "Um brinde ao nosso príncipe, Corvinus Volcrist! Que ele continue a liderar nosso reino com força e sabedoria por muitos anos!"

Os nobres e cortesãos levantaram suas taças em uníssono, aplaudindo Corvinus, que forçou outro sorriso e levantou sua taça em resposta. Mas quando ele tomou um gole, uma dor aguda rasgou seu estômago, como se o próprio vinho estivesse se voltando contra ele — o que, na verdade, era

Corvinus: (fracamente, tentando esconder seu desconforto) "Obrigado... a todos... por estarem aqui esta noite."

Lady Seraphina , sentada ao lado de Cedric , observava com olhos frios e calculistas. Ela notou cada detalhe — o aperto dos punhos de Corvinus, a subida e descida trabalhosa de seu peito.Cedric se inclinou levemente em direção a ela, sua voz baixa, quase casual.

Cedric: (sussurrando) "Ele não vai durar muito mais, Seraphina. O veneno está fazendo seu trabalho."

Lady Seraphina: (calmamente, tomando um gole de vinho) "E com isso, o trono será seu, meu amor. Tudo está indo exatamente como planejamos."

Corvinus, sentindo sua força diminuir enquanto o veneno o consumia, olhou ao redor da mesa. Ele viu os rostos dos nobres — rindo, despreocupados — e então seu olhar se fixou em Cedric . Naquele momento, enquanto a dor se intensificava, a verdade o atingiu como um martelo. Ele sabia que havia sido traído, e não por um inimigo, mas por seu próprio sangue.

Um sorriso fraco, quase imperceptível, surgiu em seus lábios. Mesmo à beira da morte, ele encontrou uma última centelha de resistência. Olhando diretamente nos olhos de Cedric , ele soltou uma risada fraca, que rapidamente se transformou em uma tosse dolorosa, mas havia uma pitada de ironia nela.

Corvinus: (voz trêmula, mas determinada) "Você... acha... que venceu..."

Cedric , escondendo seu choque, se inclinou para mais perto, fingindo preocupação.

Cedric: (tentando soar sincero) "Irmão, o que você está dizendo? Descanse, deixe-nos cuidar de você."

Mas Corvinus sabia que suas palavras eram vazias. Reunindo suas últimas reservas de força, seu peito arfando com o esforço de falar, ele sabia que não poderia deixar este mundo sem revelar a verdade. Com um esforço final, ele gritou, sua voz cortando o silêncio repentino que havia caído sobre o salão.

Corvinus: (gritando) "Aemon! Eu... tenho um filho chamado... Aemon!"

Os nobres ao redor da mesa pararam de comer, pararam de beber, pararam de falar. O salão mergulhou em um silêncio atordoado, todos os olhos em Corvinus, que agora estava afundado em sua cadeira, seus olhos vidrados, seu último suspiro escapando em um suspiro final e trêmulo.

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Cedric congelou, o nome ecoando em sua mente. O choque o atingiu como um golpe, e por um breve momento, ele sentiu o aperto da vitória escapar de suas mãos. Lady Seraphina rapidamente percebeu a gravidade da situação e, com uma expressão fria, colocou a mão no braço de Cedric

.

Lady Seraphina: (sussurrando) "Ele jogou sua última carta. Precisamos agir rápido."

Cedric , ainda processando a revelação, olhou para o corpo sem vida de seu irmão. O banquete, que deveria celebrar sua ascensão, agora havia se transformado em uma cena de incerteza e perigo. Aemon , um nome que não significava nada momentos atrás, agora pairava sobre ele como uma nuvem escura.

Cedric: (murmurando para si mesmo) "Aemon... Isso não acabou."

Ele então se levantou, tentando manter a compostura, e se dirigiu aos nobres.

Cedric: "O príncipe Corvinus... infelizmente sucumbiu a uma doença repentina. Mas não tema, o reino de Volcrist permanecerá forte."

Mas, no fundo, Cedric sabia que seu verdadeiro desafio estava apenas começando. A existência de Aemon , onde quer que ele estivesse, era agora uma sombra ameaçando tudo o que ele havia planejado.

Cena 4: A decisão do rei

O salão de reuniões estava cheio de tensão e incerteza. O grande trono de Volcrist estava vazio, e o enfraquecido rei Alaric Volcrist estava caído em uma cadeira de apoio ao lado da mesa de pedra. A sala estava em silêncio, quebrada apenas pelo murmúrio das discussões dos conselheiros.

Cedric Volcrist estava perto do rei, tentando manter uma postura composta. Lady Seraphina estava ao seu lado, sua expressão neutra, desempenhando seu papel crucial. Os conselheiros se reuniram ao redor da mesa, seus rostos marcados pela preocupação.

Lorde Brynden , um homem robusto com um olhar severo, quebrou o silêncio.

Lorde Brynden: "O príncipe Corvinus soltou uma bomba antes de morrer. Ele mencionou um filho bastardo chamado Aemon . Precisamos descobrir o que fazer sobre isso."

Lady Mirielle , uma mulher de cabelos prateados com olhos penetrantes, endireitou-se, pronta para falar o que pensava.

Lady Mirielle: "Se Aemon é de fato filho de Corvinus, ele tem uma reivindicação legítima ao trono. Mas precisamos verificar sua reivindicação."

Sir Helmut , um cavaleiro alto com o rosto marcado, assentiu em concordância.

Sir Helmut: "A questão não é apenas legal; é prática. Uma chamada precipitada pode causar problemas. Precisamos ter certeza de que qualquer decisão que tomarmos seja sólida."

Rei Alaric , respirando fracamente e parecendo fraco, levantou a mão e tentou falar. Sua voz era quase um sussurro.

Rei Alaric: "Nós... mal podemos esperar... Chame o garoto."

Cedric viu sua chance de influenciar a decisão e se aproximou do rei, seu tom cheio de falsa preocupação.

Cedric: "Vossa Majestade, entendo sua urgência, mas devemos pensar nisso. Se Aemon for um bastardo, chamá-lo pode causar caos legal e político. Uma investigação completa seria mais sensata."

Lady Seraphina entrou na conversa, seu tom suave e persuasivo.

Lady Seraphina: "Sim, e um anúncio precipitado pode dividir ainda mais o reino. Precisamos garantir que qualquer decisão que tomarmos seja cuidadosamente considerada para evitar mais conflitos."

O Rei Alaric olhou para Cedric com olhos cansados, mas resolutos. Apesar de sua condição, sua voz carregava um traço de firmeza.

Rei Alaric: "Não... demora. Ele... deve ser convocado. Só... vendo-o... saberemos."

Lorde Brynden e Lady Mirielle trocaram olhares, ainda inseguros, mas reconhecendo a autoridade do rei. O Rei Alaric , apesar de sua fragilidade, estava determinado.

Lorde Brynden: "Se o rei decidiu, devemos seguir seu comando. Convocaremos Aemon e veremos o que encontramos."

Cedric , sentindo seu controle escorregar, tentou manter a compostura. Sua mente correu com potenciais consequências.

Cedric: "Tudo bem, mas precisamos lidar com as convocações discretamente. Não queremos causar pânico desnecessário."

Lady Seraphina , igualmente preocupada, concordou com a cabeça.

Lady Seraphina: "Sim, prosseguiremos com cautela. A investigação deve ser mantida em segredo para evitar perturbar o reino."

O Rei Alaric deu um aceno fraco, sua expressão cansada, mas resoluta. Ele queria que a verdade fosse revelada, não importando as consequências.

Rei Alaric: "Convoque... Aemon. Somente... vendo-o... saberemos."

Os conselheiros começaram a fazer os arranjos para a convocação. Cedric e Lady Seraphina permaneceram no salão, o peso da decisão pesando sobre eles. A convocação de Aemon era agora inevitável, e eles precisavam se preparar para o que viria a seguir.

Cedric: (para Lady Seraphina, calmamente) "Precisamos agir rápido. A verdade pode ser mais complicada do que pensávamos."

Lady Seraphina: (sussurrando de volta) "Absolutamente, mas precisamos estar prontos para qualquer coisa. O jogo está apenas começando."

Cena 5: Recusa de Aemon

A taverna Bastion End estava cheia de calor e energia, a música e as conversas animadas criando um cenário vibrante contra a tensão crescente. Aemon se inclinou sobre a mesa, saboreando seu vinho, enquanto Greta o olhava com uma expressão preocupada, seu olhar intenso.

Greta: (com um tom profundo e urgente) "Aemon, o reino está desmoronando. Corvinus está morto, e o poder está mudando. Você pode ignorar o que está acontecendo, mas não pode ignorar que sua presença agora é necessária."

Aemon: (com um sorriso desdenhoso) "Eu entendo, o reino está desmoronando, Greta. Mas isso não muda o fato de que eu não quero fazer parte desse circo. Há uma diferença entre viver e ficar atolado na lama do poder."

Greta: (olhando intensamente para ele) "Às vezes você tem que atravessar a lama para limpar o caminho. Não se trata apenas de você, Aemon.É sobre a sobrevivência de todos que você conhece e ama."

Aemon: (levantando o copo) "Eu já fiz minha escolha. Prefiro encarar o mundo nos meus próprios termos, sem me atolar na lama que os outros criaram."

Neste momento, os soldados entraram na taverna com uma presença autoritária. Soldado 1 se aproximou da mesa de Aemon com uma expressão séria.

Soldado 1: "Você é Aemon ?"

Aemon: (olhando para cima, ligeiramente surpreso) "Sim, sou eu. O que você quer?"

Soldado 1: "Viemos em nome do rei. Corvinus faleceu, e de acordo com suas últimas instruções, sua presença é solicitada no castelo imediatamente."

Aemon: (levantando uma sobrancelha) "No castelo? E por que eu, exatamente? O que isso tem a ver comigo?"

Soldado 2: "O rei sabia que você era filho de Corvinus , e em sua morte, ele quer que você venha e discuta o futuro do reino."

Aemon: (balançando a cabeça, visivelmente desinteressado) "Não estou interessado em fazer parte de nenhuma discussão sobre o futuro do reino. Estou vivendo minha vida aqui, longe de intrigas políticas."

Soldado 1: (tentando ser persuasivo) "Aemon, sua presença é mais importante do que você pensa. O reino está à beira do colapso, e a ordem precisa ser restaurada. A presença de um herdeiro pode fazer a diferença."

Aemon: (com um sorriso cínico) "Não estou disposto a ser um peão em um jogo de poder que não pedi para jogar. Se você quer que eu vá ao castelo, você precisa me dar uma razão melhor para ser convencido."

Soldado 1: "Aemon, isso não é só sobre você. Corvinus era um homem de poder, e sua morte não apenas abala o trono, mas ameaça o equilíbrio de todo o reino. Sua presença é uma âncora em meio ao caos."

Aemon: (com um tom cínico) "Eu sou uma âncora? Então por que vocês não afundam com ela? O que eu posso fazer sozinho para consertar o que está quebrado?"

Soldado 2: (tentando ser mais persuasivo) "Você não vê? O que está em jogo não é apenas um trono; é o destino de pessoas inocentes, de famílias, de um reino inteiro. Sua indiferença pode ser a faísca que acende uma nova tempestade."

Aemon: (com um tom filosófico) "Tempestades sempre vêm, soldados. O que eu posso fazer é escolher como enfrento os ventos. Prefiro estar na calmaria do que ser levado por uma tempestade que não criei."

Soldado 1: (desesperado, com um tom poético) "Sua escolha de se esconder não nos protege da tempestade. O reino não pode esperar que você decida ficar fora das correntes. O destino está a seus pés,e sua recusa pode muito bem selar a ruína de todos."

Aemon: (com um olhar contemplativo) "Se o destino está aos meus pés, então talvez eu deva andar com meus próprios passos, não guiada por ordens que não reconheço. A vida é um jogo de escolhas, e eu escolhi viver livre, mesmo que isso signifique enfrentar a ruína."

Greta: (com um suspiro profundo) "Aemon, eu entendo seu desejo por liberdade, mas responsabilidade não é algo que podemos escolher, apenas aceitar ou rejeitar. Às vezes, a liberdade tem um preço."

Os soldados trocaram olhares frustrados, percebendo que não poderiam forçar Aemon a ir com eles. Soldado 2 se aproximou, com uma mistura de desespero e raiva.

Soldado 2: (em voz baixa, quase um sussurro) "Você não vê que está jogando fora uma chance de fazer a diferença? Às vezes, o maior ato de coragem é enfrentar o que mais tememos, não fugir disso."

Aemon: (com um olhar triste e resignado) "Talvez o maior ato de coragem seja aceitar que há coisas que não podemos mudar. Não tenho coragem de encarar uma coroa que não desejo. Se o destino vier até mim, eu o enfrentarei."

Os soldados, exaustos e sem argumentos, deixaram a taverna, suas figuras desaparecendo na escuridão da noite. Greta se virou para Aemon, com uma mistura de esperança e desespero em seus olhos.

Greta: "Seja qual for o caminho que você escolher, Aemon, estarei ao seu lado. Mas lembre-se, às vezes a verdadeira força está em aceitar que nossas escolhas moldam o futuro."

Aemon: (com um sorriso triste) "E às vezes a verdadeira força está em viver com as escolhas que fazemos. Continuarei vivendo minha vida e enfrentarei o que vier, como sempre fiz."

Greta deu a Aemon um último olhar antes de se recostar na cadeira, enquanto a música da taverna continuava a tocar, a vida ao redor deles ignorando a tempestade política que se aproximava. Aemon permaneceu em sua atitude despreocupada, o vinho ainda em sua mão, um símbolo de sua recusa em ser arrastado pelas correntes do destino.