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Merchant Core (Português)
Capítulo 2 - Um grande forjador pequeno

Capítulo 2 - Um grande forjador pequeno

Kris acordou cedo pela manhã com o sol na sua cara. Hulda acordara ao mesmo tempo no outro quarto. Esta começou a preparar sandes de centeio com margarina. As sandes foram acompanhadas por um prato de bagas doces e dois copos de leite. Enquanto tomavam o pequeno almoço, Hulda perguntou:

-Essa espada está bem velha. Para tua sorte, temos um forjador muito bom nestas terras. Do lado da praça que dá para Uller, existe uma força. Experimenta ir lá. Ele está acostumado a trabalhar com bons metais, até mesmo aço invernal, o melhor metal destas terras. Isso não é para qualquer um.

-Ok, vou tentar.

-Ele pode parecer duro, mas até é simpático. Ele está habituado a atender muitos nobres, raramente atende pessoas do povo e da burguesia, infelizmente para ele. O nosso forjador não gosta muito da nobreza, ele tem origens lá, mas tiraram-lhe tudo.

-Por quê o fizeram? Perdeu uma batalha?

-Não, até isso talvez teria mais honra. Tiraram-lhe de lá por ser... diferente.

-Como assim?

-Vais perceber.

Kris ficou intrigado pelo motivo. Acabou de comer, vestiu o casaco e foi até à praça. Lá estava Ethan a abrir a barraca.

-Bom dia Kristofer.

-Bom dia Ethan. Adivinha o que tinha no envelope.

-Não sei, diz-me tu.

-A primeira espada do meu pai. Está muito enferrujada.

-Ela já não deve ser usada há MUITO tempo. O teu pai era mais famoso por um martelo, não era?

-Sim. - Abanou a cabeça que sim e depois estendeu a mão para o céu. - O martelo de viking. Mas nunca me contaram muitas batalhas interessantes dele, nem sei se usava bem aquela coisa. - Eu vou ali ao forjador para ver o que amanho. Provavelmente ainda não vou ter o orçamento para a arranjar, estamos só com 420 milllénnis.

-Ok, que Deus te guie.

Kristofer vê o estabelecimento do outro lado da rua. Tinha dois andares, era feito de pedra escura e tinha teto de madeira de geada. Fazia sentido, ele não vinha de qualquer lugar afinal, mesmo assim Kris ainda não sabia o porquê de ter sido excluído e sequer tivera algum luxo. O jovem rapaz bateu à porta educadamente.

-Hã, são 8 da manhã e já tenho clientes. Eu juro que se for mais um nobre que não sabe usar uma arma e culpa-me a mim por estar danificada eu não sei o que faço, ou se for um nobre arrogante... - continuou a resmungar baixo. Abriu a porta. - Ah, bem, entre. Quem és tu

Kris olhou para o forjador e entendera o motivo da exclusão. Peter Holmen, era um anão, de barba ruiva, gordo e careca. Para contrariar sua altura, sua barba longa, e ainda ruiva, robusta e muito bem feita.

-Olá! Chamo-me Kristofer, Kristofer Storm. Preciso de um bom forjador para arranjar-me uma espada velha e enferrujada. O senhor acha que pode atender o meu serviço.

-Claro que posso rapaz. - Peter suspeitou quem era aquele pelo sobrenome, mas ficou calado. -Vieste ao lugar certo, sou tão bom que todos os outros forjadores ficaram sem vaga em Frostland. A garra de Yete, fui eu que forjei. - Kristofer olhou com uma cara espantada, mas confusa. - A arma do rei, uma espada feita de aço invernal, o mais forte da região. Enfim, deixe-me ver o que tem em mãos.

-Claro. - Kristofer entrega-lhe o envelope.

Peter pega no envelope e vai até à sua mesa abri-lo:

-Olha só o que temos aqui, um suporte de espada de madeira, danificado. A outra parte do suporte e a lâmina, feitas completamente de aço, mas enferrujado. E o que é que tem aqui escrito? - Peter pega nos seus óculos de leitura enquanto coça a barba. - A primeira espada do lendário Phillipp Storm. Ah, bem suspeitava, és filho do mercador, não és?

-Sim, senhor.

-Tinha menos do que a tua idade quando ele começou a sua carreira, pouco tempo depois tornei-me um aprendiz de forja. Se calhar, foi o meu mestre que forjou esta espada. Ela está realmente caída em desuso, mas pode ser concertada, por uns bons millénnis. Sai-te mais barato arranjar isto do que forjar uma do zero. Bem, para começar, este cabo está velho e com farpas, podes magoar-te ao segurar isto, seria melhor se fizesse um novo. A peça do meio está boa sem ser o facto de estar enferrujada. Por fim, a lâmina para além de estar enferrujada, não está bem afiada. Vamos aos custos. Preciso de corda, da normal para a geada o preço aumenta, mas acho que compensa. Preciso de madeira, a qualidade é o mesmo do que a corda. Preciso de afiar a espada e desenferrujar. Podes trazer-me os materiais ou pagar por eles, sei que não consegues o lingote ainda. Como queres fazer?

-Eu trago corda e madeira geada.

-Muito bem, eu só vou ali ver se tenho uma coisa. - Peter abre uma porta atrás de si, que dava para seu armazém, nesse armazém tinha as escadas para o segundo andar onde vivia. Nesse armazém, foi ver se ainda tinha mel para desenferrujar, mas havia acabado. Ele voltava com uma cara cansada. - Bem jovem, o meu mel mágico que desenferruja acabou. Só existe um lugar onde é possível arranjar isso em Frostland. Todas as semanas, Goblins vindo do reino da magia vão aos 7 reinos, às quintas eles chegam no inverno gelado, então vaia lá amanhã e compre 10 méis mágicos e deixe em meu nome, eu depois pago. Eu vou ser simpático contigo rapaz. Eu sei como é ter um legado grande nas costas, mas também sei como é o fracassar, então, para ajudar-te, eu dar-te-ei uns millénnis em troca desse serviço e não vais ter de pagar pelo mel.

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-A sério? Muito obrigado.

-Claro. Bem, pagar-te-ei 150 millénnis pelo serviço. O meu serviço para afiar é 200 millénnis e para desenferrujar é mais 175. O custo do lingote é mais 100. Então precisas de trazer-me o material, comprar o mel, e pagar mais 325 millénnis, já que 150 eu pago. Traz 4 cordas de geada e 5 pedaços de geada, deve ser o suficiente.

-Ok, entendi. Vou tentar trazer o mais rápido possível.

-Espero ver-te em breve rapaz. Gostaria que os meus outros clientes fossem calmos como tu. A minha forja não é somente um mero serviço, é também uma arte, deixarei forjado um símbolo de guilda se desejar.

-Poderia forjar a guilda do meu pai?

-Claro, não precisas de me a mostrar, ainda me lembro muito bem dela. O trovão na neve a cair para iluminar a noite. Um dia irás perceber o por quê de ser assim.

-Obrigado então, até à próxima.

-Tchau.

Kristofer vai embora. Gostara do anão, parecia simpático. Não gostaria de vê-lo a atender “os outros clientes”. Ele volta para a praça.

-Então Ethan, vendemos alguma coisa?

-Sim, vendemos uns pedaços de pinheiro e de abeto, rendeu-nos 40 millénnis, não é muito, mas pronto. E como ficou o orçamento.

-Bem é alguma coisa. Em relação ao dinheiro, preciso de 325 millénnis, mais madeira e corda de geada e ainda ir comprar uma coisa com os goblins amanhã.

-Os goblins hã. Já ouvi sobre eles, mas nunca fui lá pessoalmente. Cuidado, quando eles te vendem algo, fazem de tudo para tentar vender-te mais um pouco e prender-te lá. Mas tem produtos de únicos e de alta qualidade.

-Ei de virar as costas, só preciso de mel mágico.

-Para desenferrujar a espada, não?

-Exato, eles está sem mel e diz que me paga por ir lá comprar por ele. Então consegui um desconto.

-Tiveste sorte.

-Não me pareceu somente sorte, ele parecia ter alguma empatia.

-Como assim?

-Não sei bem dizer, mas ele é da casa Holmen, perdeu os seus títulos por ser anão.

-Parece algo complicado. Eu sempre ouvi que ele tinha fama de curto pavio.

-Talvez, ele disse que gostaria que os outros clientes fossem mais como eu, está farto de atender nobres arrogantes. Ok, nós já temos o dinheiro, só preciso de geada. Acho que vou passar na loja de agricultura a comprar umas sementes para o meu pequeno jardim em casa. Vou ver se não gasto mais do que preciso, só posso investir 135 e daria jeito se não gastasse tudo.

-Ok, vê se não demoras muito, já não temos nada para vender sem ser as cordas e madeira de geada, pouca, e tu precisas dela ainda por cima.

-Restou geada? Parece que não vou ter de ir apanhar. Não sei se consigo apanhar algo hoje. Ir para a floresta pode ser arriscado, enquanto a espada não tiver pronta vou tentar evitar, pode aparecer ursos ou lobos.

-Não tem muita coisa. As plantas vão demorar para crescer, podes tentar ir pescar, mas não sei se as horas que vais acabar de plantar vai dar jeito para ires até ao pescador. Talvez possas apanhar umas bagas por aí. Ahh, este não vai ser um dia com grande renda então. Ok, faz parte do processo.

-Exato, amanhã há de ser melhor.

Kris foi para a loja de sementes que ficava à esquerda da forja e à direita da igreja. Já tinha estado lá com a sua madrinha a comprar coisas para casa, o chão era de madeira de pinheiro e as paredes eram de granito. Hoje, quem estava a atender era a dona da loja. Aquela loja pertencia aos principais agricultores do reino, o casal Blonde. A senhora Olia Blonde tinha ficado a cargo de ficar no balcão hoje, já que o funcionário que costuma estar lá estava febril. Kristofer aproximou-se ao balcão e foi recebido calorentamente:

-Olá senhor! O que desejardes desta humilde loja?

-Eu estou à procura de 3 sementes para plantar no meu pequeno jardim que tenho em casa, das mais baratas de preferência.

-Temos alguma variedade. Não tem mesmo nenhuma que quer especificamente?

-Não, por enquanto não. Só quero uma barata para plantar e vender.

-Ah sim, nesse caso, acho que as cenouras lhe servem de bom grado.

-Quanto ficam?

-60 millénnis.

-Muito bem, ficou mais barato do que eu pensava. Por quanto podem ser vendidas as 3?

-Costuma variar um pouco, mas não foge muito de 120 millénnis, o valor é dobrado.

-Parece justo, vou as levar então.

-Aqui tens, volte sempre jovem.

Kris nunca tinha visto aquela mulher no balcão antes, mas parecia simpática.

Foi para casa, cumprimentou Hulda que estava a preparar o almoço, ainda eram 9 da manhã. Entrou no jardim e viu os vasos, o regador e pegou na sua enxada. Abriu um buraco na terra e colocou a semente. Fechou o buraco e regou a terra. Fez a mesma coisa mais 2 vezes, lentamente. Hulda apercebeu-se que Kris estava a plantar e foi ver.

-Muito bem, estás a fazer bem. Às vezes planto ao invés de comprar logo, sai mais barato, mas é mais demorado infelizmente. Por isso não o faço com tanta frequência. Estás a plantar o quê?

-Cenouras. Era o mais barato que tinha, cada uma foi 20 moedas e pode ser vendido por 40. Demora 5 dias mais ou menos.

-Vejo que estás em um bom rumo. E a espada, como é que ficou?

-325 millénnis e tenho de levar mais umas coisas. Ele foi simpático, até deu-me um desconto por um serviço que lhe vou fazer.

-Eu disse que ele podia parecer duro, mas não é assim tanto. Ele tem um bom coração, afinal, conhece o peso da dor.

-Ele mencionou que gostaria de ter mais clientes como eu.

-Pois não me admira, és um rapazinho muito simpático às vezes e ele está habituado a lidar com velhos carrancudo, homens que vieram das muralhas e estão cansados ou então jovens cavaleiros arrogantes que se acham só por terem sido nomeados cavaleiros há uma semana atrás. Pessoas fora da nobreza ou das muralhas não costumam ir lá e mesmo quando vão nem sempre são atendidas por serem suspeitas. Tu provavelmente só foste atendido por ser um mercador e filho de quem és. Se só chegasses lá a pedir-lhe uma faca afiada de combate sem dizeres o que fazes da vida, ele provavelmente ia negar, antes que matasses alguém. Portanto, ele confia em ti, não o traias a confiança.

-Não é como se fosse matar alguém.

-Espero bem que sim. “Se bem que existem alguns que não me importava que matasses” - Pensou Hulda para si mesma.

-Agora não tenho muita coisa para fazer. Não vou à floresta antes que venha um urso. Ouvi dizer que o pescador está ocupado. Não tenho mais nada para vender. Hoje só vendemos umas tábuas e umas cordas por 40.

-Eu não sei muito sobre o início da jornada do teu pai, então acho que não tenho nenhum conselho.

-Não tem problema, acho que vou ler qualquer coisa.

Kris não fez mais nada nesse dia, depois do almoço foi falar com Ethan e fecharam a barraca, depois foi para casa de seu amigo planear o dia de amanhã. Iria aos goblins cedo e depois ia passar o dia a pescar. Depois foi para casa ler.

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