Arcélius se via agora sozinho novamente. Inclinado na cadeira de sua velha cabana com as pernas cruzadas em cima da mesa, ele pensava sobre a vida. Teria ele vivido da maneira correta? Era o que se perguntava, mas infelizmente essa e outras perguntas ele nunca teria a resposta. As vezes preferia estar morto do que ser imortal e ter todos aqueles fantasmas de perguntas não respondidas assombrando-o todos os dias durante toda a eternidade. Mas agora ele tinha mais um novo fantasma, afinal, qual havia sido o paradeiro de Orion?
Tudo o que Arcélius se lembrava, era de Orion ter falado que estava com um "problema de falta de tempo". Havia lhe dito que tinha pouco tempo e que precisava de alguém que pudesse resolver o seu problema. Arcélius dissera a Orion que, se seu problema realmente fosse o tempo, ele deveria procurar por Chronos ou um ser chamado de "tecelã do tempo". Nem mesmo ele havia imaginado que Orion partiria imediatamente logo após ele mencionar aqueles nomes.
Naquele dia, Orion desapareceu e nunca mais voltou. Haviam pouquíssimas coisas que Arcélius sabia com maestria, dentre elas, sua noção de tempo. Ele sabia perfeitamente bem que Orion já estava desaparecido há mais de dois meses.
"Afinal de contas, o que será que era esse problema dele? Será mesmo que ele foi atrás dos dois?", Arcélius se perguntava. "Bem, mesmo que ele tenha ido, acho difícil que consiga alguma informação deles... Chronos sempre foi meio mal-humorado e a Verta provavelmente deve estar faminta depois de todos esses anos...". Logo após pensar isso em voz alta, uma pessoa começa a bater desesperadamente em sua porta.
- ARCÉLIUS! Eu sei que você está aí! Abre logo ou eu arrebento a sua porta! Você sabe muito bem que eu não penso duas vezes antes de fazer coisas assim! A gente vai ter uma conversa muito séria quando eu entrar! - Rapidamente Arcélius se toca de quem estava batendo em sua porta. Era impossível não reconhecer. Aquele era Chronos, seu velho, velho, velho amigo.
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- De onde você tirou essa ideia de idiota de recomendar ao seu "amiguinho" de ir atrás de mim e da Verta?! Eu nem sabia que ainda existiam humanos vivos! - Diz Chronos batendo na mesa de Arcélius com as duas mãos.
- Olá para você também, Chronos. Faz bastante tempo que não nos vemos, né? Como tem passado? - Diz Arcélius extremamente relaxado em sua cadeira enquanto observava Chronos, a mariposa feita de engrenagens e placas de circuito com forma humana.
- Nossa Arcélius... eu juro que tô me segurando para não arrebentar essa sua cara sem noção... - Diz Chronos frustrado, batendo mais uma vez na mesa ainda mais forte - Você sempre foi meio sem noção, mas agora ultrapassou todos os limites! Aquele cara... sujeito... ah sei lá! Não sei o nome dele.
- Orion - Diz Arcélius corrigindo a mariposa.
- Ah! Que se dane! Você entendeu... Ele é diferente de qualquer outro humano, ele é completamente louco!
Arcélius agora estava tão inclinado em sua cadeira que apenas podia observar o teto de sua cabana. Com um leve tom de sarcasmo ele responde Chronos.
- Ah fala sério né Chronos... E o que mais você esperava? Já foi incrível ele ter sobrevivido por tanto tempo e você ainda estava esperando que ele estivesse mentalmente bem? Me conta outra vai...
Chronos começa a se desesperar. Ele tinha uma coisa a falar para Arcélius, mas talvez não houvesse palavras o suficiente para descrever o que ele sentia naquele momento ou talvez não tivesse fôlego para contar isso. A mariposa sobe em cima da mesa batendo nela mais uma vez e ainda mais forte do que nas últimas vezes e se inclina para frente na tentativa de ficar mais perto de Arcélius para respondê-lo.
- Eu acho que você ainda não entendeu o que está acontecendo... o seu amiguinho está reabrindo a fenda para o intra-espaço!
Imediatamente Arcélius se levanta e bate na mesa com força - A fenda?! A de Vitapulum?! - Responde ele incrédulo com o que havia acabado de ouvir. A mesa que Chronos estava em cima parte-se ao meio com o impacto de Arcélius, fazendo com que a mariposa caísse de cabeça no chão, ficando desorientada.
Arcélius fica imóvel, quase como se as palavras que Chronos havia acabado de falar tivessem petrificado ele naquela posição. Sua mente agora estava recheada de incontáveis pensamentos, afinal, como Orion poderia ativar a antiga fenda de Vitapulum? Aquela cidade estava em ruínas há séculos, além disso, toda a energia decadente assim como a caótica já havia se esgotado há muitos outros... Como ele poderia ter realizado tamanha façanha?
Chronos, ainda desorientado e com dor, responde Arcélius enquanto tentava se levantar do chão.
- Aí que dor... S-sim, essa mesmo... não sei como, mas de alguma forma ele está reativando a cidade, aí!... - Responde a mariposa olhando para a parede imaginando estar falando com Arcélius.
- M-mas... como?... - Responde Arcélius abismado enquanto lentamente se relembrava de momentos do seu passado conturbado.
- Foi exatamente por causa disso que eu vim até aqui. Além de ele ter conseguido fazer essa coisa praticamente impossível, ele também tem um plano ainda mais surreal para "restaurar o universo" ou pelo menos é o que ele diz, mas para isso ele precisaria de mim, da tecelã do tempo e provavelmente de você também.
- O que estamos esperando então! Vamos logo! - Responde Arcélius já se apressando para sair de casa.
Chronos rapidamente sai da cabana e começa a voar na direção de Vitapulum. Arcélius se transforma em um lobo negro feito de ferro e aço e começa a seguir Chronos a velocidades inimagináveis. Ao atingir velocidade sonica, ele se impulsiona para o céu usando toda a sua força, soltando fagulhas que brilhavam intensamente em verde, destruindo uma enorme área ao seu redor. No ar, envolto por diversas das mesmas faíscas, Arcélius se transforma em um pássaro feito de metal que agora voava pelos céus ao lado de Chronos rumo à cidade em ruínas.
Juntos, eles voaram por centenas de milhares de quilômetros até chegar em Vitapulum, uma antiga cidade quase absoluta. Quando vista de longe, isto é, a milhares e mais milhares de quilômetros de distância, Vitapulum parecia ser uma simples cidade repousando no horizonte, mas frente a frente ela era algo indescritível. Vitapulum cobria a vista do horizonte melhor do que qualquer outra cidade comum, mas agora, tudo o que havia restado deste gigante adormecido era a lembrança de sua época de glória e seu corpo fadado a descansar eternamente... mas talvez, este colosso estava prestes a acordar de seu sono profundo, mesmo que por um breve momento.
Arcélius se via agora de frente com a entrada da cidade. Acreditava que nunca mais fosse ver aquele lugar novamente, mas... lá estava ele outra vez.
- Onde ele está, Chronos? - Diz Arcélius em um tom ríspido.
Chronos percebe imediatamente o ambiente ser preenchido pelos sentimentos amargurados de Arcélius.
- Ele está nos laboratórios no centro da cidade... - Responde Chronos calmo e com a voz baixa afim de não tornar o clima da situação ainda pior.
De cabeça baixa, Arcélius começa a caminhar calmamente com as mãos nos bolsos de seu sobretudo rumo ao centro de Vitapulum.
Chronos sabia perfeitamente bem que aquele lugar não trazia boas recordações a Arcélius e infelizmente não havia mais nada que pudesse ser feito para ajudá-lo, exceto consola-lo. Chronos se aproxima de Arcélius, coloca a mão em seu ombro e começa a falar - Ei cara, eu sei que esse lugar não traz boas lembranças para você, mas... apenas... tente não pensar muito nisso, não foi culpa sua, você sabe disso.
- Fica tranquilo, Chronos, eu estou bem - Arcélius levanta a cabeça e continua a falar -
Até porque existem outros lugares piores do que este para se estar.
Arcélius e Chronos continuam a caminhar pelas ruas de ferro frias e vazias de Vitapulum, as mesmas ruas que há tempos serviram como via de transporte para centenas de soldados extraordinários, prontos para abrir mão de suas vidas apenas para proteger sua cidade amada. Soldados que defendiam uma causa nobre, de fato, mas infelizmente... nenhum deles havia restado após a tragédia, a mesma tragédia realizada por aquele que agora caminhava amargurado pelas mesmas ruas que tais soldados uma vez frequentaram.
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Vinda do coração da cidade, uma intensa luz azul surge repentinamente, iluminando tudo ao redor. Decadência voltava a fluir pelos dutos de energia presentes nas paredes do prédio central. O chão se estremecia conforme toda a cidade ia sendo reativada. Vitapulum estava enfim viva outra vez.
- Decadência... - Pensa Arcélius enquanto via todo o esplendor do impossível se tornando realidade.
- Pois é... Sim, ele era irritante até demais, mas tenho que admitir... a insistência e a capacidade dele de realizar coisas "impossíveis" é admirável - Diz Chronos apreciando a visão da cidade da mesma forma que seu amigo - Acho que isso deve ser um sinal de que devemos nos apressar.
Arcélius volta rapidamente para sua forma de lobo e ambos começam a correr. Ao chegarem no prédio central, Arcélius e Chronos se deparam com o sistema de segurança que imediatamente acaba sendo acionado. Um som de alarme agudo é soado junto de um anúncio feito por uma voz robótica.
- ATENÇÃO A TODOS OS MORADORES DE VITAPULUM! ARCÉLIUS FOREGUIDEM STORMZ ESTÁ PRESENTE! ISTO NÃO É UMA SIMULAÇÃO! FUJAM IMEDIA-... - A sirene e os alto-falantes são destruídos por completo com único golpe de Arcélius, deixando no lugar um enorme buraco que abalou parte da estrutura do prédio.
- Ah como eu odeio esse lugar! Havia me esquecido disso... -Diz Arcélius olhando para Chronos enquanto alguns pedaços do teto caiam ao seu redor - Acho bom que o Orion tenha uma ótima explicação para tudo isso porque ele conseguiu me tirar do sério.
- Bem, então eu acho melhor continuarmos e rápido! - Diz Chronos. Ao lado direito da entrada havia um enorme portão de titânio puro que bloqueava o acesso aos andares inferiores de Vitapulum. Ele agora estava completamente desfigurado - Eh... Arcélius... essa coisa já estava assim quando chegamos ou você destruiu ela e eu não reparei?
Arcélius chega mais perto e observa o portão. Com sua expressão franzida e com as mãos na cintura, ele responde Chronos.
- Não, não... isso já estava assim quando chegamos. Com certeza deve ter sido ele quem fez isso - Perplexo, ele bufa e coloca a mão em sua testa - Essa entrada dá acesso ao subsolo, certo? Se me lembro bem, o antigo laboratório ficava no último andar. Acho que os elevadores devem estar operando novamente.
Eles passam pela entrada detonada e seguem correndo por um longo corredor até chegarem no elevador que levava aos níveis inferiores. Do lado direito do elevador ficava um pequeno painel com uma tela digital que permitia selecionar os andares. Arcélius tenta usar o painel, mas tudo o que ele conseguia era uma mensagem de "acesso negado" junto de mais uma voz robótica. Resmungando de raiva, ele então bufa mais uma vez e estende seu braço frente ao painel. De repente, seu braço se transforma em incontáveis cabos articulados que removem a interface do painel e se conectam fundo nos circuitos internos. Após alguns instantes, a tela do painel muda e a porta do elevador se abre. A tela que antes estava bloqueada, agora exibia a mensagem "milésimo andar inferior selecionado". Ao entrarem no elevador, a porta imediatamente se fecha e o elevador começa a descer em uma velocidade absurdamente alta.
Sem falar nada, Arcélius e Chronos aguardavam pacientemente lado a lado até chegar no último andar enquanto observavam através das paredes transparentes do elevador as quase infinitas salas conectadas, suspensas por cabos e pilares em meio a uma escuridão absoluta. Chronos se perguntava sobre o que estava acontecendo naquele exato momento. Estaria ele ficando louco e tudo aquilo era na verdade parte de uma alucinação sua? Talvez, mas ele se lembrava de que já havia sofrido de alucinações anteriormente e que nenhuma delas havia se quer chegado perto de ser comparada àquele momento. Ainda sim... tudo aquilo era tão surreal, que havia se tornado uma tarefa difícil discernir a realidade da loucura.
Finalmente, ao chegarem no milésimo andar, a porta se abre e revela uma colossal sala circular toda iluminada por uma forte luz azul e subdividida por níveis diferentes, separados por pequenos conjuntos de escadas, cada um mais baixo do que o outro. Cada nível comportava uma quantidade diferente de supercomputadores, quantidade essa que iria se reduzindo conforme os níveis iam se rebaixando. No centro da sala, havia apenas um supercomputador, o maior de todos eles e que costumava ser operado pelo líder de Vitapulum, mas que agora estava sendo usado por Orion, que estava sentado na cadeira enquanto mexia freneticamente em inúmeras configurações do mesmo. Ao começar a descer até o centro, Arcélius percebe que havia uma espécie de rachadura flutuando frente ao computador que Orion estava sentado. Aquela era a fenda intra-espacial, aguardando o seu tão esperado momento de ser ativada novamente. Orion, sem olhar para trás e sem diminuir a velocidade que mexia no computador, percebe a chegada de Chronos e Arcélius e começa a falar.
- Então vocês finalmente chegaram! Por favor, me perdoem pelo sistema de segurança, juro que não foi de propósito, mas ele acabou sendo reativado no momento que precisei ligar o sistema de comando central - Orion tem uma leve pausa e então continua a falar - Há quanto tempo, Arcélius. Como tem andado? Não te vejo já faz o que? Duas semanas?
- Dois meses - diz Arcélius ao lado de Orion, Chronos estava do outro lado - Você sumiu por dois meses... - Sem conseguir acreditar em tudo o que estava acontecendo, Arcélius lentamente começa a se descontrolar - ...Como você pode? Como você pode me perguntar como estou logo após trazer Vitapulum inteira de volta das cinzas? Séculos depois da destruição de tudo...
- Eu entendo, mas infelizmente eu não tive escolha - Responde Orion com sua expressão completamente neutra.
- Não tive escolha? Como assim "não tive escolha"? É obvio que você tinha escolha! Você poderia simplesmente não ter feito nada disso! Mas não, é claro que não, ao invés disso, você escolheu vir aqui e mexer com o passado! O passado que mergulhou o mundo em destruição! - Com raiva, Arcélius transforma seus punhos em duas luvas escuras de aço que brilhavam fortemente em verde. Chronos entendendo o que poderia acontecer naquele momento. Ele rapidamente dá vários passos para trás, esperando que o pior pudesse acontecer - Vamos fazer o seguinte então... você vai me explicar o motivo de estar fazendo tudo isso, ou então eu vou destruir essa cidade de uma vez por todas levando você junto, o que acha?
Poucos instantes depois disso, Orion para de digitar e respira fundo enquanto levantava da cadeira.
- Eu preciso disso tanto quanto você, Arcélius. Vocês sabiam que ainda existia uma forma de reparar o erro que deixou o universo nesse estado, apenas não tinham a coragem necessária.
- Do que você está falando? - Diz Arcélius desconfiado.
Orion começa a ase irritar e então começa a falar mais alto com Arcélius.
- Não se finja de desentendido, Arcélius! Você mais do que ninguém sabe perfeitamente bem do que estou falando. Você se lembra do que motivou a sua criação e a de Chronos, não se lembra?
Arcélius desfaz as luvas de seus punhos e durante alguns segundos refletia sobre o seu passado mais uma vez. Tantas memórias perturbadas. Tantas vidas de pessoas queridas perdidas. Todas coisas que poderiam ter sido evitas em uma vida diferente... mas não na de Arcélius.
De costas a Orion, ele respira fundo de olhos fechado por um breve momento.
- É claro que eu me lembro, Orion. Sou forçado a me lembrar disso todos os dias...
- Então você sabe exatamente o que eu estou fazendo aqui e porque eu preciso do Chronos e da tecelã comigo.
- Sim, é claro que eu sei o que você está fazendo, mas esse não é o ponto! Me diga Orion, por quê?! Por que é tão importante para você reviver tudo isso? Voltar atrás e ver as mesmas pessoas sofrerem e morrerem de novo, e de novo, e de novo e não haver nada que possa ser feito? Além do mais, nem ao menos temos certeza de que isso pode funcionar!
Orion se senta novamente na cadeira com a cabeça apoiada em seu braço enquanto refletia.
- Olha... eu não consigo ficar satisfeito com isso de forma alguma. Seria muito difícil para mim passar a eternidade aqui nessa linha temporal corrompida sabendo que existe uma possibilidade de arrumar tudo isso - ele se levanta da cadeira e começa a andar em círculos enquanto pensava em voz alta - Se alterarmos a morte daqueles dois de alguma forma, talvez...
- Você está mesmo disposto a pôr em risco o que restou do universo por uma possibilidade indefinida? Tem certeza disso? - Diz Arcélius interrompendo Orion.
Com sarcasmo, Orion começa a dar gargalhadas e então responde Arcélius.
- Como assim "o que restou do universo"? Olhe ao seu redor! Não restou nada! Você mesmo me disse isso várias e várias vezes quando eu encontrei você. A verdade é que você não quer repetir o que aconteceu com você, Arcélius, e sinceramente, tudo bem, é compreensível... mas por acaso você já parou para pensar que, caso tudo dê errado e o universo realmente acabe... este ciclo de sofrimento eterno finalmente iria se encerrar? Ou ainda melhor! Caso dê realmente certo, talvez haja uma chance de concertar essa catástrofe eternizada no passado.
Durante alguns instantes Arcélius, Orion e Chronos se mantêm calados, deixando o lugar ser tomado por um profundo silêncio. Chronos sabia que o melhor a se fazer era se manter calado. Já havia visto Arcélius bravo em momentos anteriores e não estava nem um pouco afim de vê-lo daquele jeito novamente. Constantemente tentava desviar seu olhar e disfarçar seu interesse na conversa, no entanto, ao olhar de canto de olho para Arcélius, percebe que o mesmo estava olhando diretamente para ele. Chronos fica paralisado no lugar observando-o, até que Arcélius ri e começa a falar.
- Há-há! O que foi, Chronos? Por acaso o gato comeu a sua língua? Há-há! Eu sei o que você deve estar pensando, pode ficar tranquilo, não estou irritado, por um momento eu estive sim... mas infelizmente o Orion está certo. Eu não tenho nada a perder, e você?
- Eu? Uhh... Bem...
- Por acaso eu ouvi um "eu também"? É, pois é, foi o que eu imaginei. Tudo bem então, Orion, que plano mirabolante você nos propõe e quanto tempo vai levar?
Sobre as janelas antes abertas na tela do computador, uma nova janela com inúmeras informações aparece exibindo a mensagem "Sistemas operando com êxito. Zero anomalias detectadas. Deseja realizar a reativação da fenda intra-espacial?".
Um enorme sorriso abre em seu rosto como se uma fagulha de esperança houvesse sido reacesa. Ele olha diretamente para Arcélius e então continua a falar.
- Pode ficar tranquilo, Arcélius. Tudo é uma questão de tempo.