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O Início da Aventura

Kael Vardion era só mais um jovem vivendo na pacata vila de Eldoria, rodeada por florestas e montanhas. Não era exatamente o lugar mais agitado do mundo, e sua vida também não era das mais emocionantes. Criado no orfanato local, ele nunca conheceu seus pais dizem que morreram de forma misteriosa, mas ninguém realmente queria falar sobre isso. Era aquele tipo de assunto que todo mundo evitava, como se houvesse uma névoa pairando em volta da história.

Mesmo assim, Kael cresceu como qualquer outro garoto da vila, embora fosse mais quieto. Não tinha muitos amigos fora do orfanato, mas se acostumou com isso. Desde que saiu da escola primaria da vila trabalhou como aventureiro para ajudar o orfanato, sendo de rank F o mais básico dos básicos, suas tarefas não eram nada glamourosas: colher plantas, entregar suprimentos, caçar pequenos monstros. Nada de dragões (tendo uma fascinação por estas criaturas desde criança) ou tesouros lendários. Mas ei, era trabalho honesto!

Aos dezoito anos, todos os jovens da vila passavam por um momento decisivo: a Cerimônia de Escolha de Classe, sendo chamada assim pois ao final dela todos ganhariam suas classes iniciais. Uma tradição da cidade, onde cada um se conecta ao "Sistema" ninguém sabe exatamente quando este tal sistema surgiu, mas até o presente momento ele serve como uma ótima ferramenta de suporte a todos ajudando com o gerenciamento de sua magia. Não que fosse algo mágico, estilo "toma aqui seus superpoderes", mas ajudava a definir e progredir seu corpo e habilidades não tendo restrições em relação a área podendo ser um mago, guerreiro, arqueiro, ou o que quer que fosse, com o sistema você escolhe a direção e o sistema faz o caminho.

Kael, claro, estava com aquele misto de empolgação e nervosismo. Enquanto os outros jovens da vila se reuniam para a cerimônia, ele só conseguia pensar no conselho de seu mentor, Gareth, o mestre da guilda. Ele era o cara mais próximo de uma figura paterna que Kael tinha, e sempre o incentivava a seguir seu coração. “Siga o que o seu coração mandar,” dizia Gareth, com aquele jeito sábio e meio dramático.

Chegando no local da cerimônia foi explicado brevemente a todos presentes ali como seria o procedimento de vinculação ao sistema e quais seriam suas possibilidades sendo as iniciais: Magia, Combate, Resistencia, Velocidade, Suporte, podendo futuramente até ser misturadas tudo depende do que a pessoa escolher.

Quando chegou a sua vez e Kael entrou na sala da guilda, sentiu o peso do momento. O lugar era grande e meio intimidador, com paredes cheias de símbolos arcanos brilhando. No centro, uma pedra mágica esperava por ele. O mago que conduzia a cerimônia estava lá, calado, apenas esperando, ele agia como um robô programado apenas para aquela função. Kael deu um suspiro e avançou.

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A magia ativou com um calor suave, e logo a famosa tela azul apareceu diante dele transparente e cheia de opções.

< MAGIA, COMBATE, RESISTENCIA, VELOCIDADE, SUPORTE >

Sem pensar muito, Kael escolheu Magia, sentindo que aquele era o caminho certo.

Lembrando do que lhe foi dito antes lá fora, logo após selecionar a área o sistema iria registrar o tipo de magia da pessoa (Elemental, Bestial, Mundana) Kael deslizou a barra lateral da tela semitransparente que estava a sua frente revelando a sua categoria magica

< ELEMENTAL >

Mas então, algo estranho aconteceu.

Duas palavras brilharam na tela:

< LUZ E ESCURIDÃO >

Ele piscou algumas vezes, achando que talvez estivesse vendo errado. Normalmente, quem escolhia a magia recebia um único elemento fogo, água, terra ou vento. Às vezes, em casos incomuns, alguém tem 2 elementos, podendo em casos raros ter 3 e em casos raríssimos alguém tem os quatro.

Mas luz e escuridão? Ao mesmo tempo? Aquilo era novo. Tipo, muito novo. Ninguém na vila tinha ouvido falar disso antes.

O mago da cerimônia ficou boquiaberto. “Isso... não deveria ser possível,” murmurou ele. “Dois elementos únicos... juntos? Nunca houve um registro disso.”

Após a cerimônia, Kael foi chamado por Gareth. O velho mentor o observava com uma mistura de orgulho e preocupação, típico de quem sabia que algo grande estava para acontecer. “Você é um caso único, Kael,” disse ele, colocando a mão no ombro do rapaz. “Sua jornada não vai ser fácil. Não há ninguém para seguir, nenhum mestre com os mesmos poderes. Vai ter que descobrir tudo por conta própria.”

Kael sorriu de leve. Claro que seria assim. Sua vida inteira foi cheia de perguntas sem resposta, então por que agora seria diferente? Mas ele estava pronto, ou pelo menos queria acreditar nisso.

Acordando um pouco mais tarde na manhã seguinte, Kael se despediu de todos no orfanato. As crianças se jogaram em cima dele, e os cuidadores deram seus abraços e desejos de boa sorte. Era um momento agridoce, mas ele sabia que precisava ir. Sua última parada foi a guilda, onde Gareth, com aquele olhar sério de sempre, deu seu conselho final: “Confie nos seus instintos, garoto. E não desista de encontrar a verdade.”

Com uma mochila nas costas e uma vontade enorme de desvendar o mistério de seus pais e de seus próprios poderes, Kael deixou a vila. A estrada à sua frente parecia cheia de desafios, mas ele estava pronto para o que viesse. Afinal, luz e escuridão corriam em suas veias, e ele sentia que essa aventura estava apenas começando.

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