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000 - Prólogo

Capítulo 00 - Prólogo

Onde estou?

Não consigo ver. Também não consigo sentir. Não há sentido físico, mas não é etéreo – como se existe apenas em um vazio infinito.

Você deseja algo?

Uma voz me perguntou.

Como ouvi-la? Não faço ideia. Mas sei que posso responder. Sei que devo responder.

"Talvez uma mudança de vida. Algo diferente. Experimentar novas sensações e prazeres. Fazer alguns amigos ricos. Ter uma família."

As palavras não saem como som. Não tenho boca para pronunciá-las, mas sei que foram ditas.

Família? Por quê?

"Talvez… se eu tivesse nascido com um bastão em vez de um buraco no meio das pernas, minha vida teria sido diferente."

Lembro-me da diferença de tratamento entre mim e meu irmão mais novo.

Hum. Há algo que você gostaria de fazer, mesmo que fosse além da sua realidade?

"Acho que… voar."

Às vezes, você invejava os pássaros – até lembrar das dificuldades.

Por quê?

"Sentir o vento forte batendo no rosto. Ter a sensação de liberdade. Esquecer todos os problemas. Não seria incrível ter asas enormes e voar quando quisesse? Simplesmente deixar tudo para trás."

Há algo que você inveja?

Isso é fácil.

"Gatos."

Por quê?

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"Porque eles podem dormir em qualquer lugar. Quando vejo um gato dormindo por doze horas seguidas, parece que têm uma vida tão fácil."

Gosta de gatos?

"Claro. Adorava acariciar suas orelhas, sentir o quão fofas eram. Adorava seus ronronares também."

Qual criatura você acha mais atraente? Pode ser qualquer coisa.

"Atraente…?"

Isso está indo para um caminho estranho.

"Hmm… vampiros. Mas por que essa pergunta, em particular?"

Se eu tivesse sobrancelhas, teria levantado uma.

Que tipo de criatura você acredita ser o ápice do poder?

"Dragões ocidentais. E por que tantas perguntas estranhas?"

Qual você prefere: pequeno, médio ou grande?

"O que? Se você não me explicar—"

RESPONDA.

Ah, sim.

Mesmo sem boca para calar, simplesmente parei de falar. A presença da voz me esmagou como se quisesse que eu reduzisse a nada.

"G-Grande."

Última pergunta: há algo do que você se ressente?

Desta vez, a pressão foi diferente. Como se me apertassem, tentando espremer até a última gota de mim.

"M-Meu tamanho."

Específico.

A voz soava neutra, mas a pressão duradoura.

Falei assim que consegui.

"Nunca gostei de ser pequena perto dos outros. Nunca gostei de crescer menos que eles. Me ressinto do meu tamanho. Odeio ser pequeno e os problemas que vêm com isso. Se eu pudesse fazer um desejo antes de nascer, seria crescer mais alta. Não, não apenas mais alta—ser grande. Não queria parecer um pé de feijão. Feliz agora?"

A frustração transbordou em minhas palavras. A vida de alguém com menos de um metrô e meio não era fácil.

Hum.

Foram sete perguntas.

Sete.

Sete é um bom número.

A voz parecia adaptada.

Gritei quando algo me pegou—e então fui jogar para algum lugar.

Boa sorte.

Foi tudo o que ouvi antes de perceber…

Estou resolvendo.

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